O senhor é pioneiro na luta a favor das pesquisas com células-tronco no Brasil. Quando e por que o senhor decidiu encampar essa batalha?
Entrei nesta luta depois do acidente do meu filho, quando me dei conta da necessidade de buscar opções de tratamento.
Como vê a mistura entre e religião e ciência em relação ao tema? É justo privar o ser humano de cura por causa de dogmas?
Vejo que há uma boa intenção na religião católica ao buscar preservar a vida dos embriões, que a Igreja entende terem alma, dentro de sua ótica. Isso evita que o assunto se transforme, passando do cunho científico para o comercial. Porém, percebo uma distorção e um aproveitamento do tema por aqueles fanáticos que não compreendem que a lei só permite que se use os embriões que serão descartados pelas clínicas de esterilização.
Herbert Vianna chegou a receber algum tipo de transplante de células-tronco depois do acidente?
Não, ainda não nos sentimos seguros para nos aventurar em promessas que, a nosso ver, são experimentais e apresentam risco de agravar o atual quadro do paciente.
Mas como ele encara esse assunto?
O Herbert tem grandes esperanças e aprova o uso das células-tronco embrionárias nas pesquisas.
O Supremo Trinunal Federal (STF) pretende julgar a inconstitucionalidade da Lei de Biossegurança. Caso esse recurso seja aprovado, o que isso representará para a ciência?
Certamente, os juízes do STF, na sua sabedoria, entenderão que o cumprimeinto da lei trará benefícios à sociedade e que o aproveitamento dos embriões significa dar uma destinação mais nobre do que o lixo.
Como analisa atitudes como a do presidente George W. Bush, ao vetar qualquer lei sobre pesquisa com células-tronco embrionárias?
O presidente Bush não veta as pesquisas. Apenas entende que não se deverá, nos Estados Unidos, aplicar recursos públicos nesses estudos. Discordo dele pelo que já disse acima. Mas também porque os Estados Unidos talvez sejam o país que mais deve à sociedade, ao enviar milhões de jovens à guerra e receber, de volta, milhares de mutilados.
Que mensagem o senhor deixaria aos pais de acidentados e de pessoas com doenças neurodegenerativas ou outras patologias passíveis de serem tratadas com células-tronco?
Lutem contra a discriminação. Lutem contra os que não aceitam as pesquisas e tenham esperança sempre.
1 comentários:
Meu amigo Edgar,
Tenho procurado ficar atento a todos movimentos pro-pesquisas, sei o quanto à pressão popular pode significar, vamos cerrar fileiras, temos ate fevereiro para movimentar as bases.
Seu blog esta repleto de informações importantes e já se caracteriza como um ícone para Comunidade Parkinsoniana.
Conte sempre comigo.
Nossa luta continua...
Um abraço
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