CONVERSA DE PARKINSONIANO

A vida nem sempre nos reserva surpresas agradáveis

Um dia, conversando com uma amiga, ela trouxe de volta as lembranças tristes. A vida deveria seguir seu curso, mas em seu lar faltava alguém. Faltava a figura respeitável do marido amado. Sobrava um lugar à mesa. Falava da falta que sentia do companheiro. Pensava em como suportaria tanta amargura e saudade. Dizia que a saudade a acompanhava de perto e que era difícil a vida depois que o marido morrera.

Então disse, com a segurança de quem tem certeza: - Você disse que seu marido morreu, mas asseguro que isso não é verdade.

Ela olhou-me com ternura e disse: - Morreu sim.

- Não. Falei! O seu marido vive e viverá para sempre.

- Ele vive em seus filhos, através de tudo o que ensinou...

- Quando seus filhos são obedientes, foi ele quem ensinou a obedecer;

- Quando são honestos, lembre-se das muitas vezes que ele enalteceu a honestidade;

- Quando perdoa seus amigos, quase o ouço dizer: "Quem perdoa não adoece porque não guarda o lixo da mágoa na intimidade";

- Quando sente que a inveja deseja instalar-se em sua alma, lembre-se de ter ouvido de seus lábios: "a inveja é um ácido corrosivo que prejudica quem a alimenta";

- E quando, por fim, seu coração se enche de saudade e pensa que não mais suportará, ouça uma voz falando baixinho: "Esposa, eu estou ao seu lado, não duvide".

- E é assim, por isso que disse que seu marido não morreu. Sinta que ele continua vivo, não somente atrás da cortina que temporariamente os separa, mas também através da herança de amor que legou a todos vocês.

Acredite nisso...

Postado por Edgar Ferreira